06 março 2020

Dicas para tocar com palheta


Qual palheta devo comprar?

  Existem vários tipos de palhetas, que variam de tamanho e espessura. Geralmente, os iniciantes acham mais fácil usar palhetas com pouca espessura para fazer ritmos e palhetas com espessura média para solos.  Isso não é uma regra, quando você estiver se sentindo um pouco mais confortável no violão seus dedos vão te dizer qual é o melhor tipo de palheta para você.

Usar ou não a palheta

   Observando vários casos ao longo dos anos, vários músicos e como tocam, vejo que não há uma regra obrigatória de usar ou não a palheta. Mas, podemos partir de um princípio comum. Geralmente, é isso que vemos: a palheta é utilizada em gêneros de música popular e a mão pura (sem palheta) no violão erudito. Apesar de que, alguns gêneros populares também usam a mão sem palheta, como por exemplo a MPB, a Bossa Nova, etc. A diferença é o esmero técnico. Os gêneros populares são mais livres. O posicionamento da mão que dedilha nesses casos é mais a gosto do executante. O que não ocorre no violão erudito, pois a mão que dedilha é posicionada seguindo-se uma escola acadêmica tradicional. O aluno que for estudar violão erudito provavelmente terá sua mão reposicionada pelo professor de acordo com os padrões acadêmicos que ele segue.

Os tipos de palhetas

   Um pequeno equipamento, mas de grande relevância. As palhetas têm formatos dos mais variados, materiais que vão desde celulóide a casco de tartaruga e ainda diferentes espessuras. Essas são as três principais características na hora de escolher a palheta correta para o que você toca. Esse último elemento – a espessura – é o mais importante de todos.

Espessuras das Palhetas

   A espessura da palheta influencia muito na “pegada” do músico. As palhetas proporcionam um maior contraste sonoro de acordo com os diferentes locais de onde se dá a palhetada. Existem 5 tipos. Lembrando que a espessura varia um pouco entre diferentes marcas, mas em geral são assim: XL – Extrafina (Extra Thin ou Extra Light) T – Fina (Thin) M – Média (Medium) H – Pesada (Heavy) XH – Extrapesada (Extra Heavy).



UM POUCO SOBRE A APLICAÇÃO DE CADA ESPESSURA DE PALHETA

Extrafina (abaixo de 0,40 mm) – A menos popular de todas. São usadas para casos bem específicos. Ex: acordes mais suaves. A palheta extrafina produz um som de click, já que são mais moles. Tem muito guitarrista que não curte esse “barulhinho”.
Leve (0,40 mm – 0,63 mm) – As palhetas leves (ou finas) são bastantes flexíveis e muito confortáveis e, por isso, também são boas para fazer acompanhamentos. Produzem um efeito percussivo interessante e um som mais turvo. Por ter uma maior elasticidade e conforto são usadas para fazer base.
   As leves também produzem o ruído de palheta, o tal click que falamos no tópico acima, mas menos perceptível. Um problema das palhetas mais finas é que elas tendem a quebrar ou rachar com mais facilidade.
Médias (0.63 mm – 0.85 mm) – Um excelente meio termo. As médias surgem por uma boa pedida para quem quer fazer licks e bends. Essas palhetas são as mais usadas entre as leves, médias e pesadas. O motivo é que o guitarrista tem uma adaptação mais fácil, já que elas têm uma flexibilidade menor que as leves, mas conseguem imprimir mais força nas cordas.
   Quem ainda não tem as manhas de tocar com palhetas mais espessas, as médias são bastante usadas como treino de transição.
   Pesada (0.85 mm – 1.22 mm) – Em inglês: heavy! Essas palhetas são ideais para solos.  São mais rígidas e produzem um som mais nítido, claro e limpo. Sem falar que o som fica mais definido e fácil de controlar.
   A ideia aqui é tirar um som mais agressivo nas notas. As palhetas mais espessas tendem a se desgastar menos e duram mais.
Extrapesadas (1.2 mm para mais) – Essa é a praia dos baixistas. Palhetas tornam o som mais forte e ajudam na sincronia com o batera! Os jazzistas também curtem tocar com esse tipo de palheta.
   Mas vale deixar um esclarecimento aqui. Experimentar é o melhor caminho. Só assim você vai escolher sua preferida.



MATERIAL DAS PALHETAS

   Haja variedade! As palhetas mais comuns são feitas de PLÁSTICO e é possível encontrar de vários tipos. Mas mesmo falando de plástico, existem muitas variações!

Veja as principais:

Celuloide: A grande maioria das palhetas é deste material. Foi o primeiro plástico usado para produzir palhetas. Gera uma alta qualidade de som. São bem populares, porém não são tão resistentes.
Nylon: Por ser um material bastante flexível podem ser feitas palhetas bem finas. Um problema é que o nylon perde a flexibilidade depois de 1 ou 2 meses de uso intenso. Assim, a possibilidade de quebrar é mais alta.
Acrílico: Material de grande resistência ao impacto. O acrílico é rígido e leve. Não é quebradiço, é um polímero sem ranhuras e normalmente não trinca. Outra vantagem é que pode ser cortada em quase várias formas, tamanhos e espessuras.
Metal: Palhetas feitas de aço geram um som muito mais limpo que palhetas de plástico. Entretanto gastam as cordas mais rapidamente e desafinam mais facilmente o instrumento, principalmente os acústicos.
Madeira: As palhetas de madeira produzem um som mais abafado se comparadas com as palhetas de plástico. O motivo desse som único são as diferenças de densidade, estrutura das células e ainda a dureza de cada madeira. Somente madeira mais dura é usada na fabricação de palhetas, do contrário, elas não suportariam a “força do rock”.
Casco de Tartaruga: Crime ambiental? Tortura animal? Os questionamentos são muitos e as opiniões polêmicas a respeito de usar casco de tartaruga. Na verdade, esse tipo de material praticamente não é mais usado para fabricar palhetas – já que a prática foi PROIBIDA.
Vidro: Não sei se vocês já tocaram com palhetas de vidro, mas elas existem. É um material relativamente mais duro e pesado se comparado com metal ou plástico.

FORMATOS

   As clássicas palhetas triangulares (Padrão ou Standard): as mais usadas e as melhores para palhetadas. Outro formato bastante comum são as que têm forma de gota – boas para mandar um som mais suave. Tem ainda as elípticas que são geralmente usadas por baixistas, já que são maiores e fortes. As palhetas chamadas de barbatana de tubarão têm um formato que lembram, de fato, barbatanas. São, geralmente, do tamanho das palhetas padrão.
   Os formatos são infinitos. Aqui reina a criatividade e o gosto depende de cada um.
A palheta para violão e guitarra também é conhecida como plectro. O certo é segurá-la entre seu polegar e seu indicador firme o suficiente só para fazê-la raspar nas cordas. Não segure a palheta com muita força, como se você quisesse arrancar as cordas com ela. Deixe-a raspar suavemente. Tal é válido tanto para violão quanto para guitarra. Pratique o jeito certo de palhetar até conseguir tirar um som limpo e claro. Escolha um tamanho de palheta bom para você e mãos à obra!

   Segure a palheta entre o polegar e o indicador. Quase metade da palheta ficará encoberta pelos seus dedos – algumas palhetas possuem um sulco no corpo, que indica a posição de segurá-la. A pegada deve ser firme, mas não tanto que a ponta não consiga se mexer. Não a deixe muito frouxa também, pois ela pode escapar da sua mão.
   Decida o seu som. A maioria das marcas pode ser comprada por espessura. Elas vêm rotuladas como "thin" (fina), "medium" (média), ou "thick" (grossa), acompanhadas pela espessura em milímetros. A maioria das palhetas varia de espessura entre 0.4 mm e 3 mm. Comece experimentando uma média, entre 0.60 e 0.80 mm.[4]
   As palhetas finas variam de 0.40 a 0.60 mm. Quando você toca violão ou quer um som de guitarra carregado no agudo, essas palhetas são as melhores. Elas são usadas normalmente para preencher a base e fazer um meio termo em músicas de rock, pop e country. Mas elas não têm peso suficiente para fazer base e solo sozinhas no rock.
   As palhetas médias vão de 0.60 a 0.80 mm. Em questão de espessura, essas são as mais populares. Elas são uma boa combinação de rigidez e flexibilidade que funciona bem para base de violão e para solos de guitarra. Elas não são ideais para solos mais poderosos e nem para batidas mais agitadas, mas não deixam de ser versáteis.
   Acima de 0.80 mm, a palheta pode ser considerada grossa. Com as menores espessuras dessa categoria você ainda vai ter um pouco de flexibilidade para fazer alguma batida, mas também vai ter firmeza suficiente para fazer arpejos e solos. Acima de 1.5 mm, você começa a ter tons cada vez mais limpos, macios e quentes. Seu som vai começar a ficar mais profundo com as palhetas mais grossas: de 1,5 a 3 mm. Essas são usadas por músicos de jazz e metal.
   Os materiais da palheta. As mais baratas são feitas de plástico e são suficientemente boas para principiantes. E não tem problema se ela desgastar rapidamente, basta adquirir outra.[5]
   Também existem palhetas feitas de borracha pesada ou metal. Elas são desenvolvidas para a prática de alguns estilos específicos. As de metal dão um som bem agudo enquanto que as de borracha, produzem um som grave e profundo.
Teste alguns tipos de palheta antes de se decidir por um. Você vai achar palhetas em lojas de música, algumas lojas de rock e, certamente, online. Teste as palhetas dos seus amigos e preste atenção na grossura, marca e material. Encontre o seu gosto pessoal.



DICAS

   Não deixe o dedo médio esticado, ele vai prejudicar a clareza de sua palhetada. Nem tente segurar a palheta com três dedos, use apenas o polegar e o indicador. Ela foi desenhada para funcionar com esses dois dedos.
   Não esconda muito a palheta dentro dos dedos, porque eles vão entrar na frente e atrapalhar. E deixe espaço suficiente para fazer o pluck sem que ela escape.


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